Segurança


A palavra penitencia do latim poenitentia quer dizer arrependimento, redenção. Dela provém outro termo, penitenciária originária dos tribunais romanos, onde se concediam ou não as absolvições.

Por estranho que pareça, penitenciária hoje não tem a mesma significação etimológica que se esperaria, ou seja lugar onde se redime a falta cometida. Tanto os presidios da atualidade como muitos do passado, não criaram ou desenvolveram mecanismos educativos e de promoção social
para que houvesse renovação e recuperação social dos que poderíamos chamar de penitentes.

De um modo geral o prisioneiro fica mais perverso e corrompido depois de ingressar no presidio, lugar em que deveria ter como finalidade única o rejustamento moral do ser humano. São paradoxos do grau evolutivo de nossa humanidade.

Intimamente também somos assim, presos durante anos na “ cela do ego “ , vivendo em um cubículo supostamente seguro, sentimos muita estabilidade e bem estar.

Abrindo mão de nossa liberdade, por preferirmos a falsa proteção da cela interior e algumas migalhas de um conforto rotineiramente fugaz, não saimos da prisão onde nós mesmos nos encarceramos.

São celas que nos dão pálidas honrarias e efêmeros sucessos por alto preço emocional criadas por nós mesmos para nos autopenitenciar.

Muitas pessoas acabam num inferno íntimo por não se libertarem do apego, da culpa, do orgulho e da mágoa.

  • Celas que isolam os sentimentos.
  • Celas que disputam os cumes sociais.
  • Celas que mendigam afetos.
  • Celas que disfarçam o perfeccionismo.
  • Celas que sustentam o fanatismo religioso.
  • Celas que confinam os bens alheios.
  • Celas que ambicionam o poder público.
  • Celas que estimulam a luxúria.
São inúmeros os cárceres que parecem confortáveis. Conquanto disfarçadas de veludo e móveis refinados, perfumes e jóias caras, não deixam de ser prisoes que confinam a alma, impedindo a expanção da consciência.

Sair dos grilhões mentais ou da cela egoica, não é tão facil . Somos conservadores, acomodados e estamos tão sujeitos a uma robotização de hábitos que nunca adquirimos um duradouro conforto psicológico. Sem nos darmos conta, pagamos um preço alto por algo que as normas sociais dizem ser seguro e garantido.

Abandonar as algemas que nós mesmos nos colocamos e nos dar a auto – absolvição é o que mais precisamos no momento atual.O homem verdadeiramento liberto sabe que sempre estará correndo riscos e por consequencia, nunca terá absoluta segurança. Só tropeça quem esta a caminho, só erra quem é livre para tentar.

A vida é um processo dinâmico, não pode ser predetermidada segundo nossa diminuta visão evolutiva. Ninguém tem condições de afirmar com plena certeza o que acontecerá amanhã . Caminhamos com mil e uma incertezas.
Vamos novamente comparar as celas, os detentos usam roupas padronizadas e não escolhem a alimentação. Escolher suas vestimentas e optar por determinas comidas são vantagens primordiais de quem conquistou a liberdade. Tomar suas próprias descisões , ser livre para errar, dançar, correr, rir, e brincar, ser independente para trabalhar como e onde quiser, fazer o próprio horário, viajar e conhecer novas pessoas, essa é a recompensa de toda criatura livre.

Por Marcos Airosa – Vida.

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