SÊ FÊNIX
SÊ FÊNIX Do sonho não lembrava mais Cinza num longo e profundo suspirar Melancólico cântico de um átimo de lucidez a sibilar Fênix refletida renascia, em lágrima a cessar Menina, mulher de ínfimo querer contido De dor, arrefecido peito estrangulado Em combustão por desdita solidão Como fênix sobrevivi mil vezes Se sofri, chorei, fui ao chão Tornei-me em cinzas , virei pó Renasço... por vezes Num vôo soberano Asas imponentes me renovam No calor de um grande amor Regenerada, pura e pronta estou Sou mesmo assim... Boto a mão no fogo pra queimar Queimo-me por gostar Sou ave imaginária Sou mito, perdulária (...?) Não importa qual janela vai se abrir Qual brecha vai a réstia entrar De coração sempre a pulsar meus olhos sentimentos a espelhar Meus versos são fagulha de prosa estelar Segredando aos adormecidos mortais. Mitológica vou voar Sou fênix, me permito sonhar. Alice Poltronieri